Thomas E. Kurtz, cocriador da linguagem de programação BASIC, morreu na última terça-feira (12), aos 96 anos. Professor da Faculdade de Dartmouth (Dartmouth College, no inglês), universidade privada norte-americana, Kurtz não só contribuiu com o desenvolvimento do BASIC como ajudou a transformá-lo em um padrão da indústria durante os tempos áureos dos computadores domésticos.
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De acordo com informações da Bloomberg, Thomas Kurtz morreu em um centro de cuidados paliativos em Lebanon, New Hampshire. A informação foi confirmada por sua esposa, Agnes.
A linguagem BASIC
O BASIC, acrônimo para Beginner’s All-Purpose Symbolic Instruction Code (Código de Instruções Simbólicas de Uso Geral para Principiantes), foi inventado por John Kemeny, presidente do departamento de matemática de Dartmouth, e Kurtz, um de seus colegas, como parte de um esforço para tornar o mundo da computação mais acessível. Kemeny, que mais tarde se tornaria presidente de Dartmouth, faleceu em 1992.
A dupla inicialmente introduziu o Dartmouth Time Sharing System (DTSS), que permitia acessos curtos ao computador da faculdade – um modelo da General Electric adquirido em 1964 – para uma ampla comunidade de usuários interessados.
O DTSS foi um dos primeiros sistemas de compartilhamento de tempo para computadores. O conceito de time-sharing foi revolucionário na época, pois permitia que vários usuários acessassem e usassem um único computador central (mainframe) ao mesmo tempo, por meio de terminais remotos conectados ao computador principal.
Embora o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) já utilizasse um sistema de compartilhamento de tempo desde 1961, Dartmouth afirmou que sua versão foi a primeira voltada principalmente para usuários não técnicos. Estudantes de 50 escolas e faculdades puderam acessar e usar o sistema por meio de terminais remotos conectados por telefone aos computadores centrais da faculdade.
Para Thomas Kurtz, Fortran e Algol eram complicados
Em seguida, os dois professores se dedicaram a criar “uma linguagem de alto nível” para “os usuários não especializados do sistema”, escreveu Robert Slater no livro Portraits in Silicon (1987). Na época, o Fortran, desenvolvido pela IBM, era a linguagem dominante da programação de computadores.
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“Analisamos as linguagens e decidimos que o Fortran, o Algol e esse tipo de linguagem eram simplesmente muito complicados”, disse Thomas Kurtz em uma entrevista. “Eram cheias de regras de pontuação cuja necessidade não era completamente óbvia, e, por isso, as pessoas não se lembravam delas”, complementou.
Com a ajuda de alunos de Dartmouth, Kemeny e Kurtz integraram sua nova linguagem ao sistema de compartilhamento de tempo, lançando ambos em 1º de maio de 1964.
Via Bloomberg.
Jornalista e criador de conteúdo, Mario Cavalcanti é fundador e editor da revista Clube MSX.